Nordestino e quadrinista - punição dupla

Passagens aéreas infernalmente caras, ausência de eventos, histórias malucas com Paul Pope e atualizações sobre o Dragão de Aço.

Luiza Gonzaga tocando Sanfona no São João de Patos, na Paraíba.

Esta semana eu estava acertando alguns detalhes do meu novo trabalho, O Dragão de Aço, com Pablo Carranza, editor da Mau Gosto Corp (de Sergipe), que lançará o gibi. Nós dois estávamos curtindo a ressaca do São João, feriado do dia 24 de Junho comemorado apenas no Nordeste do Brasil.

Em dado momento da conversa, foi inevitável lembrarmos: que miséria que é a vida do cabra que sai de casa na noite do dia 23 de Junho e não sente o cheiro de nenhuma fogueira, não come um milho assado, uma canjica, uma pamonha, não solta um traque de massa, não escuta um forró e quando dá por si percebe que está em São Paulo… É muita punição pra uma existência só. Nessa horas, o Nordeste é bom demais.

Pena que o Brasil não perdoa ninguém…

Ontem, dia 25 de junho, abriram as inscrições para a Bienal Internacional de Quadrinhos de Curitiba, que rolará de 4 (ui) a 7 de setembro. O preço da mesa: R$ 600,00. O preço do vôo: R$ 889,90 sem bagagem despachada e com uma escala de três horas e meia em Guarulhos. O preço da hospedagem, transporte e alimentação: o meu butico com sal grosso como lubrificante.

Bom, claramente morar perto das fogueiras tem suas desvantagens. É uma pena.

Minha ideia era não só lançar O Dragão de Aço com a Mau Gosto Corp no evento como também fazer a estreia da Elefantologia de Artistas Brasileiros Vol 1, primeira publicação do Elefantes que não é assinada por mim. Infelizmente, 600 verdinhas por uma mesa individual é um valor que não compete com a realidade e me traz pensamentos suicidas imediatamente.

Em contrapartida, no mês de Outubro vai rolar a Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, que, apesar de não ser voltada para os quadrinhos, vai disponibilizar 12 mesas para quadrinistas selecionados.

Com 50% das vagas destinadas a pernambucanos, se o Elefantes não passar, é capaz de eu mudar meu nome pra Jaqueline e começar a me prostituir por pedras de crack na Av. Domingos Ferreira.